A reação da burguesia e o endosso do PT

Mediante a nova conjuntura política, o governo do PT, liderado por Dilma Roussef (1) e cujo Ministério da Defesa é Celso Amorim, se prostituiu abertamente aos ditames do capital financeiro internacional e nacional. O governo do PT assegurou, legalmente, às forças armadas o papel de polícia em caso de crise social e política. Desconfiados da capacidade de repressão das polícias militares estaduais, a burguesia financeira (nacional e internacional), exigiu a garantia da ordem pelas forças armadas, se necessário for, para manter seus investimentos no país. 

A Portaria que estabelece o uso das Forças Armadas para a garantia da Lei e da Ordem foi aprovada antes do Forum de Davos. Além disso, um sinal de que a Copa do Mundo e as Olimpíadas estão asseguradas, pela força. Trata-se de uma medida sub-reptícia e furtiva. A Portaria mencionada é uma forma de conspurcar princípios e ideais nobres e elevados: a manifestação popular, em troca de interesses puramente materiais e políticos do PT, manter-se no poder com apoio do capital financeiro e das burguesias. Mais uma vez o PT se prostitui e se rende aos donos do poder, proibindo a radicalização das manifestações populares pela raiz: permitindo que as forças armadas ocupem as ruas se houver crise social e política.


O Golpe de 1964 ensina à esquerda que os Gorilas podem sair do armário se sentirem-se ameaçados. A burguesia já abriu virtualmente a porta do armário para os Gorilas atuarem. Os beleguins estão à solta, as polícias militares estaduais estão fazendo seu papel e podem, agora, contar com o exército, a marinha e a aeronáutica, que os odeiam. Sabemos que há uma rixa entre polícias militares e forças armadas, mas se é para defender a ordem da burguesia dependente do capital financeiro internacional, eles se unem. Embora, no Brasil, o exército tenha desempenhado um papel político historicamente, não lhe compete esta função em um Estado de direito. As forças armadas existem para garantir a defesa externa,  não têm função policial.


A história, porém, é um campo aberto de contradições e de possibilidades. As forças de repressão dispõe de todos os meios de combate, mas, não pode agir indiscriminadamente. Há um limite estabelecido por leis internacionais e pela própria dinâmica política institucional para a repressão. A polícia e as forças armadas de um governo não podem sair matando a população. Isto só aumentaria nossa revolta. A vontade política que vem se formando está cada vez mais organizada, nos parâmetros brasileiros. Ela só tende a crescer, porque a sociedade brasileira é profundamente desigual e ainda não foi capaz de equacionar suas contradições mais evidentes.

Referência

(1) http://www.diarioliberdade.org/artigos-em-destaque/409-repressom-e-direitos-humanos/45299-dilma-se-rende-%C3%A0-lei-e-ordem-a-ditadura-da-burguesia-mostra-a-sua-cara.html  

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